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Em minhas palestras motivacionais constantemente sou questionado com perguntas do tipo:
-Como manter a MOTIVAÇÃO dos colaboradores?
-O que podemos fazer para que as pessoas não sejam influenciadas negativamente e percam a motivação?
-Quanto tempo realmente as pessoas se mantém motivadas no dia-a-dia?
-Até que ponto a motivação é importante?
-O que especificamente motiva o ser humano?
Eu particularmente gosto muito desse tipo de pergunta, pois, elas me dão a oportunidade de esclarecer uma série de fatores que são percebidos de forma incorreta. Explico:
Temos de partir do principio básico que para você motivar as pessoas, ou melhor, ajudá-las na motivação diária, não precisa ser um expert nas técnicas existentes, nem mesmo um estudioso da área. O que precisa é em primeiro lugar aprender a olhar aqueles que estão a sua volta como seres humanos, dotados de necessidades e desejos individuais, e também, com características próprias, com DNA único, com sentimentos e emoções particulares, e que, portanto, jamais poderá motivar um indivíduo lidando com ele como se fosse parte de uma estatística, como se fosse parte de um conjunto.
Não, para cada situação, uma abordagem diferente, ou seja, o que motiva você, provavelmente não é a mesma coisa que motiva a mim e assim sucessivamente. O maior erro dos gestores é acreditar que podemos motivar as pessoas a partir de uma única ferramenta e que ela poderá atingir a todos.
Portanto, não precisamos entender de motivação mas sim, de pessoas. Para isso, basta que olhemos para nós mesmos. Às vezes, erramos justamente porque pensamos em fazer com os outros exatamente aquilo que não sentimos ser verdadeiro. Propomos verdades absolutas, como se elas pudessem suprir as demandas individuais de cada um. Então, erramos no remédio.
Motivar é respeitar o individualismo das pessoas, é entender o que realmente é importante para as mesmas e a partir dessa identificação, proporcionar os mecanismos para atingi-la.
Somos seres capazes de nos auto-motivar, mas precisamos muitas vezes de estímulos externos que façam acordar nossos sentimentos internos, alias, essa é outra situação que constantemente me questionam. Se somos nós que nos motivamos ou necessitamos de outros para isso?
Gosto de responder esse questionamento com perguntas:
Se você convive diariamente com um gestor que está todos os dias de mau humor, de mau com a vida, nunca cumprimenta as pessoas, está sempre apontando o lado negativo das coisas que acontecem na empresa, nunca dá um elogio a nada. Essa pessoa motiva ou desmotiva os colaboradores?
É lógico que desmotiva. São os estímulos externos afrontando os nossos sentimentos. Acho muito cômodo para os líderes colocar a culpa pela falta de motivação da equipe, nas próprias pessoas, alegando que ninguém motiva ninguém, cabendo a cada um a responsabilidade para isso. Estão manifestando com essa atitude a incompetência para lidar com essas situações.
Temos que perceber e entender que cada uo,m reage internamente de forma diferente aquilo que percebe externamente, e assim, tem reações de acordo com suas interpretações. Portanto, vai depender muito do que acreditamos e sentimos para esboçar uma reação. Algumas pessoas se motivam por desafios ou ameaças, outras, tem exatamente comportamento inverso.
Lembro de um professor que tive na infância que usava a ameaça como forma de motivação. Dizia que não seríamos nada, que não chegaríamos a lugar algum se não estudássemos mais, e duvidava que conseguíssemos. Ele, o professor, acreditava que dessa forma poderia estar provocando uma reação positiva nos alunos, pois ele era assim, precisava ser ameaçado para ir em frente. Esqueceu, porém, que talvez os alunos não estimulavam-se da mesma forma. Lembro que muitos colegas ficavam chorando e não conseguiam se levantar. Outros já ao contrário, estudavam ainda mais para mostrar ao professor que conseguiriam. Realmente, muitos ficavam pelo caminho. Não eram bons? Não eram inteligentes? Não tinham capacidades como os demais? Ou eram motivados de forma errada? Quantas empresas e gestores conheço que usam a mesma estratégia.
Encontrei, após alguns anos, aqueles mesmos colegas, que choraram na época com a abordagem daquele professor. Por sorte, no decorrer de sua vida, encontraram verdadeiros motivadores e puderam manifestar toda sua essência e hoje, são vencedores.
Motivar é saber extrair de cada pessoa o que ela tem de melhor. É dar a oportunidade aqueles que ainda não conseguiram encontrar o seu eu verdadeiro, de manifestar todo o seu potencial. Cabe porém a cada um, aproveitar para fazer a maior aventura da nossa vida. Viajar. Sim viajar, mas para dentro de nós, para descobrir o que temos de melhor e de que forma podemos usar todo o nosso potencial interno para nos superarmos.
Isso serve também para todas as pessoas que estão hoje em cargos de liderança, pois para saber motivar os seus colaboradores tem que necessariamente empreender nessa verdadeira descoberta interior que está latente para ser tocada.
A partir disso então poderá ser um motivador da alma humana e obter resultados mais duradouros com todos os que lhe rodeiam.
Boa Sorte!

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